quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Visão de trabalho social - ( Delasnieve Daspet )







Delasnieve Daspet – tem uma visão macro do que é um trabalho social com  crianças . Com seu trabalho  pretende ajudar a suprir as carências dos programas e ações que deveriam garantir a execução dos direitos e dos deveres das crianças e adolescentes na faixa etária de 07 a 14 anos.
É ao que ela se propõe e dentro das possibilidades que lhe são dadas é o que tem tentado fazer. Tem por objetivo  melhorar  o apoio socio-educativo e complementar das crianças nessa faixa etária,  filhos de pais de baixa renda.
Procura estender esse amparo aos familiares dessas crianças, levando-se em conta a necessidade dos mesmos, não o que se possa ofertar. Ela tenta adequar a entidade  as necessidades dos carentes, não o contrário.
Procura – em  parceria com hospitais, profissionais da saúde, da educação, de  empresas particulares - desenvolver atendimento dentário, médico, jurídico, psicológico,  educacional e semi-profissionalizante às crianças e aos pais, fazendo convênios com igrejas, associações e  com metodologia própria ao alcance dos necessitados.
Entende, Delasnieve Daspet – que a  desigualdade social não é uma história a ser contada ou decantada. É um fato que temos de tentar reverter.
Esperar que apenas o Governo, em quaisquer de seus âmbitos, venha a realizar trabalhos que modifiquem o status quo presente é uma utopia.
Afirma Delasnieve que -  “ Ë necessário que a sociedade civil se mobilize e consiga diminuir essa disparidade que tanto nos envergonha enquanto seres humanos.

Temos as melhores Leis do Mundo. Somos um País riquíssimo. Mas muito desigual
Estamos falando dos seres humanos que irão reger os destinos deste País.
Cuidar de nossas riquezas. De nossa continuidade. De nossa velhice . Da unidade do País.

A miséria – é o grande desafio do Brasil, e nos propomos a dar nossa parcela de ajuda por mínima que seja”

NA entidade que dirige – atende  60  ( sessenta  ) crianças... e a pergunta que não cala e que se faz permanentemente é:     NÃO PODEMOS ATENDER MAIS??

E ela responde: “ Sim, podemos. Temos tempo. Temos espaço. Temos necessidade. Temos necessitados.A procura por vagas é intensa. Constante. Porém para que possamos aumentar a nossa cota de vagas, se faz mister que tenhamos a garantia da disponibilizar o  recurso financeiro para o desenvolvimento dos projetos idealizados. Saindo-se do campo dos sonhos!
É necessário  formalizar e readequar  os espaços – como oficinas profissionalizantes, de produção, com oferta de novos cursos para a comunidade, sempre através de parceria, única forma de viabilizar um trabalho desse nível..
Se não investirmos nas crianças – não haverá futuro. Não haverá amanhã.
É necessário que se invista na educação.
Na formação dos professores.
Ao invés de punir vamos educar – criar situações para que o futuro seja viável, tendo como base a saúde, o lazer, a educação e a cultura.
Proporcionar ar ao adolescente um convívio sadio e salutar de forma que lhe garanta satisfação pessoal e melhor desempenho psíco-motor.
Promover  com as crianças  atividades culturais tais como: artes cênicas; danças; coral, festas folclóricas e comemorativas com incentivo de desenvolvimento educacional.
Proporcionar uma alimentação compatível com  suplemento nutricional, procurando melhorar as condições de saúde e nutrição dos mesmos.
Orientar e auxiliar os adolescentes na busca de qualificação profissional., integrando-os na sua família e na sua  comunidade.

Este é o sonho que move e o que se busca é a potencializar  o progresso pela educação, eis que só chegaremos a algum  patamar desde que nos conscientizemos de que investir na educação, na construção  do brasileiro do amanhã, estaremos, também,  reduzindo as taxas de pobreza , de violência, da  nossa população.

E para que realmente  saia do campo dos projetos e das coisas viáveis e necessário que  o poder público, através de seus gestores,  dê um contínuo apoio e monitoramento que permita verificar ao alcance dos propósitos. 

Promovendo a Cultura de Direitos Humanos -
Vamos, de novo e sempre, partir da premissa de que a educação é o elemento essencial para a promoção e defesa dos direitos humanos em diferentes níveis e modalidades.

Pretendemos - não re-inventar a roda - mas sim - mover as engrenagens que a mantém presa ao mecanismo do dia a dia, e, isso será feito com debates, palestras, seminários, cursos de extensão, campanhas educativas, semanas de Direitos Humanos, Curso de Especialização em Direitos humanos, atividades de pesquisa, e com a participação ativa da sociedade.

Considerando que a natureza interdisciplinar da educação em direitos humanos, as atividades não prescindem de um trabalho articulado entre professores, entidades educativas, atores, comunidades, entidades da sociedade civil, os vários conselhos estaduais e municipais dos mais variados segmentos da sociedade serão os pontos de referência e de trabalho.

O ano que passou - marcou um ponto de recuo para os direitos humanos.
Na sociedade civil, vimos agressões ainda, se isto é possível, piores! Presos aviltados de todas as formas. Acorrentados. Humilhados.

A pior de todas as humilhações: a miséria que campeia em nosso País. A saúde continua péssima,  recorrente! A educação piora ano a ano. Violência generalizada. A fome.  A falta de perspectiva. A falta de emprego!

Estamos no século XXI - e assistimos o extermínio de crianças pela fome e pela doença na África. Nas guerras inaceitáveis pelo oriente Médio! - <Mas sem ser necessário ir-se tão longe – a fome, a falta de saúde – a falta de educação – aqui no nosso ais são latentes!

Precisamos fazer voltar - com urgência o respeito devido à Carta das Nações Unidas no que tange  a proteção dos Direitos dos Homens.

Precisamos fazer valer o nosso direito à vida - vida com qualidade. Nosso direito ao ar sem poluição. De águas límpidas e puras. Da manutenção de nossas matas. Do direito das minorias. Dos aviltados.

É preciso ensinar aos cidadãos como ser cidadão – o que vem a ser cidadania e os seus devidos direitos, bem como, as suas devidas obrigações.

Ao reunir-se pessoas e entidades sintonizadas com a cultura da promoção dos Direitos Humanos poderemos oferecer a nossa cidade, Estado, Pais,  alternativas de escolher caminhos para a criação de novas realidades.

Olhar para as diferentes componentes que constituem uma cultura de Direitos Humanos e pensar numa forma de as abordar individualmente, ajuda a simplificar a questão em termos de objetivos concretos. Afinal, uma cultura de Direitos Humanos não é só uma cultura onde todos conhecem os seus direitos, pois conhecimento não equivale necessariamente a respeito e, sem respeito, existirão sempre violações. Uma cultura de Direitos Humanos é uma rede onde se entrelaçam atitudes, crenças, comportamentos, normas e regras.

Perceber isto torna-se fundamental para apoiar o trabalho que queremos levar a cabo com os nossos grupos.
Hoje, somos todos reféns do medo da violência e somos suas possíveis vítimas.
As crianças que atacam – que são usadas – também são vitimas.
No artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos Humanos – temos que
"A educação deve visar a plena expansão da personalidade humana e o reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz." .


Promovendo  uma Cultura de Paz:

Precisamos  divulgar  a Cultura da Paz  em todos os âmbitos. No Fórum Mundial Social, recentemente realizado em Nairóbi, no Quênia, foi feito pelo poeta J.L.Ramos, de Santa Catarina, a  leitura e a distribuição de 2.000 ( duas mil )  Carta da Paz, carta esta elaborada juntamente com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, onde, em síntese,  os Direitos Humanos são o nosso norte, quando afirmamos que para a celebração da Paz - se faz necessário: - resolver os conflitos sem violência; respeitar os direitos e deveres dos seres humanos; promover a dignidade da pessoa sem qualquer discriminação; eliminar todo  tipo de preconceito; respeitar as diversidades de raça, gênero e sexo; livre direito de expressão; respeitar e manter os recursos naturais; exercer a tolerância; cultivar a solidariedade; empenhar-se na prevenção de conflitos armados; cuidar de promover a exclusão  da pobreza extrema; distribuição mais justa de renda; distribuição mais justa de conhecimento; promover a educação como meta de crescimento para que o ser humano goze a plenitude de sua dignidade.

A Cultura de Paz é a Paz em ação; é o respeito aos direitos humanos no dia-a-dia; é um poder gerado por um triângulo interativo de paz,  desenvolvimento e democracia. Enquanto cultura de vida trata-se de tornar diferentes indivíduos capazes de viverem juntos, de criarem um  novo sentido de compartilhar, ouvir e zelar uns pelos outros, e de  assumir responsabilidade por sua participação numa sociedade  democrática que luta contra a pobreza e a exclusão; ao mesmo tempo em que garante igualdade política, eqüidade social e diversidade  cultural.

O que é necessário para que a PAZ seja o objetivo de todos?

A mola do sonho é a que movimenta o Mundo. Tudo que aí esta - para nosso deleite e até perdição - foi sonhado e arquitetado pelo Homem.

A guerra, também, é invenção nossa.

A Paz como objetivo de todos só se conseguirá quando o RESPEITO e a SOLIDARIEDADE forem as moedas a nos mover.

As  guerras nascem na mente dos homens deve plantar - se a semente para a paz", a
 educação será o fator básico para atingir a paz e o desenvolvimento humano.
A educação para a paz deve criar consciência de que a cultura, a ideologia ou as idéias religiosas não pode impor-se pela força. Por outro lado é  necessário reforçar os mecanismos de informação e participação organizada e democrática da sociedade civil para combater o armamentismo, o serviço militar obrigatório e a  utilização de recursos das sociedades nacionais em infraestrutura bélica, promovendo uma consciência ética que permita utilizar prioritariamente os recursos do Estado-nação, na erradicação da pobreza, miséria e ignorância  que vive grande contingente da população mundial.

 Existe consenso na sociedade internacional no sentido de que a defesa dos direitos humanos e o desenvolvimento sustentável, transcendem e extrapolam o  âmbito de competência nacional exclusiva, estabelecendo parâmetros  internacionais globais de ação estatal, que garantam a proteção pelos  Estados, independentemente de seus sistemas políticos, econômicos e culturais.

Não pode haver paz sustentável sem desenvolvimento  sustentável.
Não pode haver desenvolvimento sem educação ao longo da vida.
Não pode haver desenvolvimento sem democracia,  sem uma distribuição mais eqüitativa dos recursos,  sem a eliminação das disparidades que separam os países   mais avançados daqueles menos desenvolvidos.




Conhecem o verbo pazear?

 Fala na comemoração do Dia Mundial da Paz - em Campo Grande MS - 2006

Senhores e Senhoras,

Conhecem o verbo  pazear? 

Esse verbo existe. Significa estabelecer paz ou harmonia.
A conjugação desse verbo, no presente do indicativo, é a seguinte: eu pazeio, tu pazeias, ele pazeia, nós pazeamos, vós pazeais, eles pazeiam.
Muitos de nós nunca conjugamos esse verbo em nossa fase escolar,  e assim também não o fizeram nossos avós. E se algo não for feito as  gerações futuras também não o farão. 
A  nossa cultura é  uma cultura de guerra
Os heróis que conhecemos nas escolas são  os grandes generais, os valentes marechais, os corajosos revolucionários. Quando assistimos um filme ou abrimos um livro encontramos  tantas batalhas que quase podemos perceber suas páginas manchadas de sangue. São guerras entre nações, guerras religiosas, guerras civis, revoluções,
que logo aprendemos a conjugar o verbo guerrear, sem nenhuma dificuldade.
Isso aconteceu e acontece ainda.
Enaltecemos os guerreiros. Quase não falamos dos conquistadores da paz. 
Pouco se conhece sobre homens e mulheres que empreenderam esforços para conquistar a paz, sem guerras nem derramamento de sangue.  Por que não se fala dos construtores da paz, como Jesus de Nazaré, Paulo de Tarso, Francisco de Assis, Ghandi, Martin Luther King Júnior, madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier e tantos outros pacifistas que tivemos e que ainda temos no mundo? 
 A conquista da paz só é possível com as ferramentas da paz, e não com as armas da guerra, que, em vez de pacificar os povos, disseminam mais ódios e ressentimentos. 
 Nossa cultura é uma cultura de guerra, pois existem os ministérios da guerra, mas nunca existiu o ministério da paz. 
 Precisamos mudar essa realidade.
Precisamos  criar uma cultura de paz.
Precisamos  incentivar o cultivo da paz nos lares, nas escolas e em todas as iniciativas sócio-econômicas, sócio-culturais, sócio-políticas e religiosas do planeta. 
É preciso  - que todos -  crianças e adultos – aprendamos a conjugar o verbo pazear. 
Quando a paz, e não a guerra, for valorizada, teremos um mundo de paz, amor e união entre as criaturas. 
Claro que nos preocupa o que acontece pelo mundo todo – mas olhemos primeiro o que ocorre em nosso País, em nossa cidade, em nossa família.
 A paz do mundo começa em cada um de nós. Se tivermos amor  seremos mais felizes.
Lembremos que não se pode reiventear a guerra falando-se de paz.
A paz não tem preconceitos.
A paz  não é um monossilabo mas um coletivo de todas as palavras que expressem o bem e a união.
A paz é dever e é direito.
Que este dia dedicado à paz possa ser profícuo e intenso e que as suas vibrações sejam expandidas por todo o planeta, estendendo-se mais ainda por todos os outros astros, contaminando todo o Universo com a nossa vontade de ver este mundo se transformar em uma terra mais humana e justa.